sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A Saga no Funcionalismo Público - Parte 02


Garrafas são coisas que deveriam ser proibidas, o sujeito bebe mais que um fusca 74 mal regulado e quando termina, tá tão lesado que não joga a porcaria do vasilhame fora, resultando num amontoado imenso de garrafas de todos os tipos. No caso específico do “amigo” que fui ajudar, existiam algumas que estavam há tanto tempo na casa dele (se eu disser apartamento, quem conhece se liga logo quem é o indivíduo, ops... De novo... Tá foda viu, kkkkk)...

Voltando, as garrafas estavam há tanto tempo na casa dele que algumas já eram peças de decoração, outras, acredite, tinham nomes mimosos, tipo Girrafa, a Garrafa, sem falar que cada porcaria velha daquelas tinha uma história particular, desde a que ele bebeu prá esquecer alguma coisa que ele esqueceu mesmo, porque nem soube me dizer o que era, até aquela que depois de ser “profissionalmente” sorvida, teve um PT de três dias dentro do banheiro e só acordou com os bombeiros arrombando a porta do... Da residência dele...

Bom, convencido de que acumular garrafas não é lá muito higienicamente social, resolveu dar um fim e me chamou prá ajudar, armei de ir logo na sequencia do relatado no post anterior, que já não foi muito legal, sendo assim, já cheguei com o foda-se ligado... Juntamos tudo que era prá levar no Ecoponto e seguimos em frente.

Vale resaltar que o Ecoponto, DEVERIA ser o lugar onde são descartados tudo que pode, poderia ou deveria ser reciclado, poupando com isso a mãe natureza de se desdobrar em furia e com isso evitar a extinção do mais necessário de ser extinto. O homem!

Claro, como todo bom departamento público e governamental, o Ecoponto, tem lá suas regras, normas e devaneios de cada funcionário público em particular. E como criam toda sorte de entreveiros visando única e exclusivamente não realizar o serviço para o qual são pagos, é muito comum os cidadãos de bem de nossa cidade, desovarem seus descartes bem debaixo das placas de “É Proibido Jogar Lixo”...

Chegamos lá, com seis sacos de 100 litros, abarofados de garrafas e mais uns três ou quatro com toda sorte de disabores da vida particular dele. A primeira coisa que ouvimos é que tudo deveria estar separado, limpo e cada coisa ia numa caçamba diferente, tudo bem começamos a deixar as coisas no jeito, papel duma lado, plástico do outro, papelão limpo aqui e sujo ali... Deixamos tudo empilhadinho e no jeito só prá assinar alguma coisa e irmos embora felizes.

Ledo engano, primeiro, ela apontou uma caçamba que ficava no fim do terreno e nos disse que deveríamos por os papéis lá... Lá fomos nós... Voltamos e ela disse, que os plásticos deveriam ir para outra caçamba, que ficava ao lado da caçamba da porra dos papéis. Caralho, não era mais fácil já dizer onde ia cada coisa e assim poupar o meu tempo e a minha sola de sapato, e não pensem que as caçambas eram logo ali, eram pelo menos 50 metros, quase nada é verdade... Mas junta ai 50 metros vezes seis viagens de ida e seis viagens de volta... São 600 metros indo e vindo que nem uns idiotas, porque, dentro da cabeça da mulher lá do Ecoponto é assim que tem que ser, e como ela mostrou que não consegue dar duas informações ao mesmo tempo, dirá que faz duas coisas ao mesmo. Bom, percorremos os 600 metros, já suados e nos sentindo idiotas de tanto vai e vem, porque ela ficava parada exatamente no mesmo lugar e se  no caminho você desviasse de um buraco ou qualquer coisa ela já entrava em pânico achando que estava indo prá caçamba erada. Foda, odeio gente que já sai achando ao inves de ter certeza.

Ai chegou a vez das garrafas, que estavam muito mais bem empilhadas do que se estivessem numa adega climatizada. Lembrando que eram seis sacos de cem litros. Foi ai que a encarregada do Ecoponto nos disse que não aceitavam garrafas!

Que? como assim?

E ainda nos disse que garrafas só eram aceitas no Ecoponto lá da puta que a pariu, ou seja, pelo menos oito quilometros de distância, agregados aos três ou quatro que já havíamos percorrido e mais os 600 metros do vai e vem. Pera lá... Se esta merda é um Ecoponto, todos deveriam aceitar tudo que fosse reciclável, facilitando assim a vida do povo que de uma forma ou de outra precisa dessa porcaria de serviço... E outra, deveriam colocar uma pessoa “menos dislexa” pra dar informações ao público, quem sabe assim não perderíamos tempo deixando as garrafas todoas empilhadinhas e bonitinhas.

Bom, já eram 15 horas, e eu desde às 6:30 sem comer absolutamente nada, Mas juntamos nossas garrafas, que incrivelmente, não couberam novamente nos seis sacos de 100 litros e fomos embora. Como todo bom cidadão, desovamos a porcaria toda na primeira caçamba que apareceu na frente, e nela estava escrito Prefeitura do Município de São Paulo.

Realmente, vingança é um prato prá se comer frio, kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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