terça-feira, 15 de julho de 2014

Discurso de despedida....


Minha sina é por em dúvida! Não importa o que, assim que terminam uma frase eu já entro com a deixa e pergunto: Porque? Ou, a melhor de todas: Quem te ensinou isso?
Ahhh! Seres humanos, malditos sejam em todas as suas convicções. Assim que acaba o cortejo das suas falas, entro eu, determinado a mostrar que você está errado ou não tem muito certeza do que diz. Não tem certeza nem se deveria estar de conversa comigo, afinal, quem sou eu para ter o privilégio da sua companhia e mais, ter o privilegio de aprender com suas falas... Cansativa essa sua mediocridade, com esse parlatório acéfalo, pré-moldado na inexistência da sua vida.
Claro, para mim é apenas o espizinhar, satisfazer uma amontoado de coisas engraçadas e sorridentes que tem dentro de mim, mas que insistem em dizer, sem usar palavra, que não é que eu precise ou eu queira por a prova qualquer tipo de inteligência ou a perseverança que possa estar crescendo ai dentro de vocês, Não por isso, apenas prá sentir o embaraçar dos seus olhos, o gaguejar da sua boca, buscando certezas que nem mesmo foram enraizadas nas suas convicções.
Claro, afinal suas certezas são contos de fadas, enfiados pela sua garganta desde que se conhece por gente, ou melhor, muito antes disso, apenas para manter a sagacidade e o seu lado explorador quieto no canto, sem questionar, sem se convencer de que lá fora.. Bem além da existência besta que te cerca, tem vida, uma pulsação tão grande que cada célula não vitimizada do seu corpo vai querer sair, vai querer explodir e fazer parte desta festa de vida e descobertas, mas que estão, logo ali, depois do quintal da sua vida... Onde, desde sempre se plantou medo, vergonhas, e o máximo das suas realizações intelectuais foi patronar uma ritual de fogo, nada pagão para seus vizinhos e parentes, alguns distantes, mas próximos o bastante prá não questionarem, a própria vida besta que eles construíram, tijolos por tijolos, assim como a sua...
Medo! Não, medo prá você é encontrar no corredor da sua casa algo que não entenda e que, nem deveria estar lá. Claro, num mundo quase perfeito, qual seria a entidade, que se deslocaria do além prá vir aqui, assombrar um vida já assombrada pela mediocridade, pelo socialmente correto, pelo jamais dar um passo prá frente.
Desejos, descobertas e anseios, apenas sentir o caminho pulsando no peito, pleno de incertezas e inseguranças, mas seguir adiante sem hesitar um passo que seja é para quem sabe que em um mundo, muito distante do quintal da sua mediocridade, tem vida. E ela não se aplica a você.

ET: “Quando o coração pode falar, não há necessidade de preparar o discurso.” 
                                                                                                      Gotthold Lessing