terça-feira, 19 de abril de 2011

Insensatez molhada


Insensatez é como educação, ou a gente tem ou não tem. Ao contrário da educação que pode mudar vidas, insensatez vem de berço, vem dos DNA’s de cada um. E pode apostar, uma grande parcela dessa humanidade que aí está nem sequer sabe procurar essa palavra no dicionário.
Tava eu um dia desses fazendo meu rolê diário (leia-se: indo a pé pra casa...) quando de repente, despencou uma chuva daquelas, das boas mesmo, tinha trovão, relâmpago, vento forte, tão forte que tava a impressão que chovia de lado. Tratei logo de me abrigar numa banca de jornal que tem ali pelas imediações do shopping Santana. Nem bem parei e já descolei companhia, apareceu uma gostosa (e bota gostosa nisso...), trajada numa roupa de academia, com um par de coxas, assim... sem palavras. Era o espetáculo do pecado carnal!
Só que veio acompanhada dum cachorrinho, labradorzinho básico, em pé tinha um metro e setenta e pelo menos 50 quilos. Claro, labrador, tô de boa, se for brincalhão, melhor ainda.
E claro, o cachorrinho ficou ali na minha órbita, afinal a novidade era eu, dei trela pro cachorro que já se abriu todo, era um tal de pula pra cá, pula pra lá, cheira, esfrega, e tudo mais, claro numa maldade humana que só vendo.
No meio dessa de ser social com o bichinho, a dona já largou mão, viu que não tinha jeito, ele gostava de bagunça e eu tava dando conversa pra ele. Depois de uns não pula no moço (Moço é foda! Até sonho com isso, às vezes...), não faz isso, não faz aquilo, deixou de lado e ficou lá contemplando a chuva e eu claro, munido de todo radar masculino possível, já atrelava a brincadeira ao papo informal. Tipo: Nossa como ele é grande! Grande mas um bebe. Olha como brinca!
Na minha cabeça aquela moça já tava despida, afinal roupa de academia só serve mesmo prá proteger do vento porque aos olhos e intenções ela só faz aumentar os batimentos cardíacos; e olha, cá entre nós, pelo que eu tava vendo, arritmia ali era nada perto do que podia fazer... Hehehehehehehe!!!
Cinco minutinhos de prosa e eu já sabia o nome do dog, da dona, onde morava, estado civil, jurídico, profissão e tudo mais... Não tinha prá onde correr... Ou era meu questionário ou a chuva (torrencial...) e claro, tinha lá uma abertura pro assunto fluir. Era tipo ping-pong: você trabalha em quê? Sou vendedora de artigos esportivos e você? Eu sou designer gráfico. E assim sim a conversa ia, mas ia bem.
Durante os mais sagrados 20 minutos da minha vida, não visualizei um só motivo pra que eu me preocupasse. Chuva forte, no meio duma avenida, todo mundo entocado dentro do busão, do carro ou já em casa. Sorrisos e sorrisos pra todo lado. Até que ouvi atrás de mim alguns passos apressados, respiração ofegante, chegou na banca (literalmente) e ficou. Limpou a cara com a camiseta (adivinha se não era do timão... Hauhauhauhahuauhau!) respirou fundo, se situou e lá no inconsciente teve certeza que ia me empatar.
Já saiu dizendo: Que chuva né?
E eu: igual às outras, a diferença é que estamos nela.
Ele: Nossa que cachorrão! É fêmea?
Ah! Vai tomar no cu! Cachorrão femêa? Desempata aí, ôh, miserável! Se tava na chuva tinha que continuar lá, além do mais cheguei na banca primeiro, uso capião, já ouviu falar? Aí eu imaginei que ia ter que partir pra guerra descarada. Se ferrar! Já tava molhado mesmo, custava seguir em frente e ir embora? Afinal com certeza a esposa e os 8 filhos dele deviam estar esperando.
Aí o sujeito quis se situar, mas coitado, deu até dó! Logo de cara percebi que inteligência e planejamento não era a dele, até porque ele insistiu no riscado do CACHORRÃO FÊMEA... E perguntou de novo. Eu já tava com a língua em brasa pra dar uma paulada no sujeito... Nem precisou! A Deusa do Sexo fácil já emendou que o cachorro era menino e que se a intenção era pedir um filhote nem ia rolar porque o cãozinho era castrado.
Lóóóóóóógico que meu ego foi em Saturno e voltou! Afinal eu, na mesma situação , não tinha levado um toco no meio da chuva. Hehehehehe! Aí o cara atacou de novo, disse que não era nada disso e que não reconheceu que era macho porque ele era gordinho...
O cara partiu da máxima de que gordo não vê o pinto e aplicou isso no mundo animal.Te falar, viu! Deixa ele... Que se enforca com o próprio cinto... E eu lá, né... tirando a maior onda com o cachorro. O cara tomou o segundo toco e se afastou um pouco, afinal é um gaivota, que nem caga e nem desocupa a moita... Ia ficar lá até 2012 e com certeza o mundo ia acabar e ele ia continuar lá... Já o cãozinho , muito meu amigo, cismou de cheirar o cara. Ficou claro que ele tem medo de cachorro. Eu também tenho, admito, mas... Pô!
Um labrador não morde nem um bife e esse era especialmente manso, brincalhão...
A cara do cara quando o cachorro enfiou o focinho na virilha dele foi a melhor, tipo ejaculação precoce com dor, o cara se afastou e o totó continuou indo atrás dele, devia ter alguma coisa ali que fez com que o canino insistisse na perseguição, eu tentava segurar (Vai nessa! Hauhauhahuahuahuahuauhahuauhauha!), ela tentava, mas ele insista em enfiar o focinho no cara que em pânico dizia: Ele não morde ,né? Só quando fecha a boca... Claro, deveria ter aproveitado a máxima e tirar proveito dela e ficar calado.
Engraçado que cada vez que o nariz do cachorro se afundava nas partes púdicas do gaivota ele estremecia dum jeito que parecia que ia levantar as mãos ao céu e gritar 15 dias seguidos implorando para que não parasse... Hauhauhauhauhahua.!Tive até a impressão de ouvir um sonzinho do Restart rolar nessa parada... E a cada tremida básica do cara eu visualizava o Programa do Gugu e o povo cantanto: Vai, lacraia! Vai, Lacraia!
Definitivamente esse gaivota era fêmea ou tava bem encaminhado... E quanto mais ele tentava se desvincilhar, mais o dog insistia de ir atrás, assim: quero saber o que tem aí e ponto final. E nesse vai e vem, comigo, heróicamente, tentando segurar o labrador que era grande (Hauhahuauhahuauha! Segurar, é?) O cara resolveu que o destino dele era mesmo na chuva. E seguiu o caminho dele.
No final ficamos lá um tempão ainda, mas rindo muito da situação que o cara se meteu, estava claro que ele não tinha muita intimidade com animais (eu também não tenho, de alguns eu tenho verdadeiro pavor. Hehehehehe!) e que o cachorro com certeza tinha aflorado o lado mulher dele... Não é todo dia que você é brindado com um "quase boquete" canino no meio da chuva...
Ah!!! A Lilith dos prazeres proibidos se ligou que eu tava deixando o cachorro usar e abusar do cara e chegou mesmo a dizer que o cachorro só ficou em cima do cara porque ele tava acelerado e eu tinha acelerado o cão. Eu não disse nem que sim e nem que não, mas o sorriso na minha cara não me deixava mentir...

8 comentários:

  1. Cachorrão, hein? Pitbull! Hahahahaha!

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  2. heheheheheh
    vc heim???? causando na chuva???? mas e ai? ela deixou o telefone do CACHORRÃO????KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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  3. Assino a pergunta acima.... desempatou ou quá??? kkkkkkkk

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  4. Ahh se eu contar tudo perde a graça... Fica o mistério prá vocês...

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  5. É isso aí, meu brother! Insensatez é bicho que não tem cura e não tem remédio que se compre na pharmacia (era assim que se escrevia antigamente?). De repente ela - a tal insensatez - é igual àquilo que pensava hoje de manhãzinha, sobre o egocentrismo disfarçado, sobre a gente subir o barranco se apoiando na cabeça do baixinho, sobre... o que mais mesmo?

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  6. Celso Fernandes meu compadre, você não existe, hauhauhauhauhauhauhauhauhauha
    COMUNISTAAAAAA!!!!!

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  7. Ah Jorge...
    Do Goober você também não tem medo.kkk
    Até que vc leva jeito com os cães.
    Tá vendo, cachorro é tão bom que promove até encontros românticos.hahahahahahaha

    Claudia

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